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7/24/2009

Vinil, ó salvador!

Eu, que já não entrava no 4e20 havia uns dias, e, fã de Radiohead que sou, fui direto no vídeo de “Creep” com o Johnny Depp e a Charlotte Gainsbourg . Só podia ser coisa boa. E era! Belas imagens ao som de música igualmente bela. Cenas que retratam encontro, encantamento, troca de olhares, possibilidade de uma paixão ardente. Tudo em questão de instantes durante uma rotineira ida à loja de discos. As mulheres estão sempre a procura do grande amor. São Cinderelas. No vídeo a chance de um romance surge, a protagonista com uma aliança brilhante na mão, titubeia, quase deixa a chance passar, mas se desespera e sai correndo atrás do possível amor. Mas, como nada no mundo se faz sozinho, faltou uma coisa. Um ingrediente fundamental para que as histórias dos contos de fadas se concretizem: a reciprocidade. Para ele: apenas uma moça bonita com bom gosto musical. Talvez tenha passado por sua cabeça algo do tipo: “Pena que não estamos na balada”. Coisas de homem. E ela, sem graça e sentindo a aliança pesar no dedo, foi embora as pressas.

Mas na verdade esse papo aí de cima não tem nada a ver com o que me veio à cabeça na hora que resolvi escrever isso aqui. O que me chamou a atenção foi o cenário. Vejam bem: Virgin megastore, pessoas ávidas atrás de discos, conhecendo os singles ali, na hora, e como se não bastasse, elas ainda estão comprando o CD por causa de uma única música. Não há nada mais século passado do que isso. Não vou negar que eu gostava de ir até as lojas, conhecer as novidades, e quem sabe voltar para casa com um ou dois discos novos. Mas esse hobby ficou lá atrás. Ultrapassado como as piadas do Ari Toledo, a calça bag e as boy bands. Poderia dizer como o vinil, mas seria injusto, pois, ele dá sinais de que vai ressuscitar, talvez seja o Jesus Cristo do mundo da música. O grande salvador,

Hoje a Virgin jaz juntamente com outros gigantes de sua espécie. E o mundo digital dá conta de substituí-la, seja fornecendo músicas, seja fornecendo possibilidades de um encontro casual, pelo Orkut, msn, ou algum chat por aí. E enquanto isso as grandes corporações do mundo da música rezam para que o vinil os salvem. Amém.

- Che